queria(?) narrar sobre a vida que tem escorrido das árvores e da morte dos seus membros. da perda de partes. da criação de espaços para criação de vida. da morte como criação de vida. da insistência última em ver por dentro do fora. em virar do avesso sem desfazer. danço com as árvores e embalo-me com o vento brando. uma árvore não está imóvel - as suas raízes nunca deixam de crescer - de se movimentar - de adentrarem ainda mais na terra - de se expandirem por debaixo do sol/solo - abarcando - devolvendo - aconchegando. e vai crescendo - dançando a sua verticalidade. um desafio às leis da gravidade. e nós também. verticais. danço na vertical. o corpo escorrega para cima. entre o céu e a terra e o invisível. uma árvore podada é a perna do m. o seio da e. a trompa da s. é o espaço vazio que fica por dentro do contorno. o desenho não desaparece. é a dor fantasma. porque a vida continua lá. entendamos: a vida é a consequência da vida. e a morte nasce connosco desde que somos célula.
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