queria(?) narrar sobre a vida que tem escorrido das árvores e da morte dos seus membros. da perda de partes. da criação de espaços para criação de vida. da morte como criação de vida. da insistência última em ver por dentro do fora. em virar do avesso sem desfazer. danço com as árvores e embalo-me com o vento brando. uma árvore não está imóvel - as suas raízes nunca deixam de crescer - de se movimentar - de adentrarem ainda mais na terra - de se expandirem por debaixo do sol/solo - abarcando - devolvendo - aconchegando. e vai crescendo - dançando a sua verticalidade. um desafio às leis da gravidade. e nós também. verticais. danço na vertical. o corpo escorrega para cima. entre o céu e a terra e o invisível. uma árvore podada é a perna do m. o seio da e. a trompa da s. é o espaço vazio que fica por dentro do contorno. o desenho não desaparece. é a dor fantasma. porque a vida continua lá. entendamos: a vida é a consequência da vida. e a morte nasce connosco desde que somos célula.
domingo, 26 de maio de 2013
domingo, 19 de maio de 2013
densificar a pergunta - afinação
a solidão acompanhada aparece então como a vibração de escutar o
acontecer entre. entre chegar-deixar chegar, entre célula e matriz,
entre uma membrana e outra, mas também entre o desconhecido e o
desconhecido. a afinação não é mensurável, pelo menos não com um
dispositivo que a fixe. quando duchamp pergunta como fixámos o metro
densifica a pergunta das coisas fixas.
solidão acompanhada, por sofia neuparth
sábado, 18 de maio de 2013
dos pássaros
«Nessa fase, estranhamente, os pássaros começam a oferecer-se-nos, atravessam-se-nos ao caminho nos sítios mais inesperados (no meio da cidade, até) e curam eles mesmos a leve angústia que sentimos quando deixou de haver tempo para sair de propósito ao encontro deles. E é o que nos salva.»
Depoimento sobre pássaros, de Gustavo Rubim
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