quarta-feira, 22 de agosto de 2012

mãos por trás das tuas roupas



«What do you feel about GAP clothes being sold for average of $50 per item in UK?

“I feel so hurt to see the price of GAP is so expensive while I got very low wage from it.  I work so hard from day to day (At least 1000 shirts per day) but I just get a very low wage.  So GAP finds very high benefit from this.
I feel unfair that they just sell few of shirts and it is equal to my wage per month."» 

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

da granja


granja, upload feito originalmente por sossego.



Na Granja: sabemos sempre as horas mas nunca temos pressa.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

do vinte e três ao vinte e sete


digo-lhes: os egípcios acreditavam que o corpo era um abrigo temporário para uma alma. as crianças brincam com as palavras como borboletas e carrinhos de linhas. durante o dia cosem as palavras umas às outras numa não-lógica própria e mostram-me imagens que desconhecem mas que estão a descobrir. à noite, um olhar é um abraço. um abrigo ou desafio. não há espaço para os órgãos. apenas empurrões constantes por dentro. estômago avariado. um corpo pasmado com a força de um braço agarrado a outro. duas mãos na testa. o centro. respiração:


centro-te, na vez de sinto-te.





da plataforma


quantos quilómetros andaria de uma ponta à outra da estação de comboio, junto à plataforma, junto à queda, sem parar? quantos segundos do teu dia são a pensar em sorrisos? «o meu mundo é hoje», respondes-te. cantas um refrão por dentro. e por isso danças e friccionas os teus braços no linóleo até queimar e ficar com o corpo colado e magnético. deixas criar as crostas. andas na rua e atrais as pedras e deixas-te atrair pelos prédios e janelas e as pessoas lá dentro. olho cada vez mais para dentro das coisas, desvelando o que está por fora, que é o avesso. quando vou e remexo no lixo com aquele homem que procura algo para comer. o bafo a álcool é exterior-avesso. o cheiro exterior-avesso. as feridas internas é que estão por-fora-por-dentro. aprendo a desistir para me agarrar mais profundamente. acto constante de (re)criação. não ter medo de mandar o previsível à merda. não terminas porque não és um ponto. nem nunca serás.


26 de julho, 2012