quarta-feira, 24 de novembro de 2010

da proximidade


Entrei na livraria percorri as mesmas estantes percorridas no Domingo e um livro que desarrumei nesse dia continuava intacto sereno no mesmo sítio em que o deixei. saio para a rua e as gotas da chuva caiem sobre mim sem me tocarem. não tenho guarda-chuva. apenas um gorro feito à mão. Fico surpreendida com a velocidade do cair da chuva no chão e com o meu não-sentir. Magoei-me no nariz, segunda-feira. Mas de momento estou mais centrada nas dores dele. Do pequeno que continua na cama de um hospital. Uma borboleta luta contra o vidro de uma janela. Os meus olhos mudam de cor. Estão cinzentos agora. Por dentro, vesti-me de azul escuro. No meu quarto, está um barco-caixa que me vai salvar de ser engolida por esta noite. Adormecerei.

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