sexta-feira, 30 de julho de 2010
quinta-feira, 22 de julho de 2010
viagem
de lugar
de rumo
o corpo como coreografia
o corpo como quadro
Delacroix pela queda da camisa no meu ombro e pelo despertar do meu seio
as sementes estão no solo das tábuas
o olhar - la mirada - aceita
respira
empieza a nacer
ternura escondida em lugares
vomitar de terra
engolir de ar
a vida é feita de corpos
corpos que são árvores
que se semeiam.
só theos sabe.
domingo, 18 de julho de 2010
terça-feira, 13 de julho de 2010
domingo, 11 de julho de 2010
depois de entrar numa sala
A destruição da educação e da cultura. O questionamento. As guerras pessoais e colectivas. A subjectividade. A imagem. A violência. O carinho. A beleza de uma estética que tanto acaricia como agride. A farinha que atravessa os dedos, que se mistura com o leite, que é mexida até se transformar em máscara. Eles no vídeo. Eles vinte anos mais novos. Eles, os lutadores, os criadores, os inovadores, a fecharem a porta, a despirem o casaco, a fecharem os olhos. A desistir – a matar Shakespeare. No fim disse-lhe: isto mudou a minha vida. Antes das 19h00 do dia 10 de Julho de 2010 era uma outra pessoa. Mergulho nas imagens, mergulho nos sons, nos elogios e nas bofetadas. Quanto à lição que aprendi, vou guardá-la no coração. Bem como o seu sorriso e olhos brilhantes, quase em lágrimas, eu senti. As minhas mãos tremiam, mais uma vez, tremiam, as minhas e as dela.
quinta-feira, 8 de julho de 2010
«Hora de acabar. Cita Grotowski: "O conto narrado oralmente é a génese do teatro e da literatura". E acrescenta: "Por isso é muito importante contar sempre histórias, não só para adormecer as crianças, mas também para despertar os adultos!"»
Entrevista a Coralia Rodríguez, Festival Teatro de Almada, folha informativa nº4 - 07 Jul 2010
imagens dos dois últimos dias
Um homem atravessa o passeio com um balde de azeitonas. Os insectos atiram-se a mim. Várias picadas. Atiro o cabelo para trás das costas. Abano o calor. Sorrio para o nada. Estou farta de ouvir dizer que tenho um ar sério. A leveza esconde-se por dentro. Uma gata corre para os meus pés, tropeça nos meus chinelos de dedo, mia, chora, sobe as escadas atrás de mim até ao terceiro andar. Deito leite numa taça, deixo-a beber. Ela enrosca-se no tapete. Olhamos uma para a outra, ela pede para ficar, eu peço-lhe que não me peça. Abro a porta. De manhã voltei a vê-la, àquele pêlo cinzento e dentes pequeninos e afiados, patas adoráveis, miou, pedi-lhe desculpa mas ela não quis nada comigo. A cidade mudou o cheiro, está abafada. As pessoas deixaram de correr, instalaram-se nas cadeiras. Depositam as almas nos contentores. Não sei o que fazer quando a leveza se esconde por dentro. Tenho medo das pessoas. Dos olhares ambíguos, do engano. Quando achamos que conhecemos alguém. É incrível a quantidade de picadas. O corpo é comichão. Entre os seios, uma ligeira irritação. Olhei para a mesma lista vinte vezes. O meu nome não apareceu. O meu nome não apareceu. Como se não tivesse nome. Como se não tivesse direito. Como se alguém achasse que me conhece. Olhei para a lista e: foda-se.
>Respiro.
O hoje é para avançar.
quinta-feira, 1 de julho de 2010
Um dia escrevi um texto sobre tonturas. Porque quando fechava os olhos tinha tonturas. Hoje ao fechar os olhos tenho tonturas mas as palavras que quero agarrar tornam-se maiores que eu. As palavras são gigantes. E não usam sapatos. Fogem mas eu não as deixo de ver, apenas deixo de as poder escrever.
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