quinta-feira, 28 de outubro de 2010

esqueci-me do que ia a dizer.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

                               não esquecer nunca a intimidade.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Women are Heroes


TRAILER " WOMEN ARE HEROES" from SOCIAL ANIMALS on Vimeo.

Um projecto maravilhoso. http://www.womenareheroes.be/

sorrir. ensinar o meu nome. aprender os nomes de todos. enganar-me. recomeçar. olhar nos olhos. dar as mãos. os lápis desafiados. os estojos incompletos. onde estão os lápis de cor? desenha o teu lugar preferido. alguma vez foste à praia? "não. nunca. mas andei de barco uma vez, em Lisboa."

re-aprender matemática. contar pelos dedos dos mais pequenos. ler histórias, conhecer as histórias. sopas de letras.
mais, menor, igual.
subtrair multiplicar dividir
somar



        voluntariar,
 de coração.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010


sótão desabitado
arrecadação de cenário e adereços
paisagem desencontrada
chão côncavo do lustre
aqui mesmo
rodeada disto tudo
o lugar preferido.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

não sobra muito mais por dizer



Miúdos mineiros, Pensilvânia, 1911


quinta-feira, 14 de outubro de 2010


contínua aprendizagem. quererei saber mais, sempre.
a curiosidade é tudo.
cabelo solto
reflexo no vidro do comboio
uma camisola preta, de costas
canto uma música por dentro
danço com o pé
ele olha para mim
eu não

domingo, 10 de outubro de 2010

apenas

Kakuma, Terra de Ninguém


desliguei o telefone e por pouco não desliguei o coração. anos de vida cravados de chumbo. a inutilidade. e a lição sobre o peso do abandono.

sábado, 9 de outubro de 2010

fotografia


O que pensas quando olhas aquela fotografia? O homem observa com o olhar atento, pousado. Rosto neutro. Surge na imagem a fotografia de um cavalo branco a transportar uma carruagem. Imagem do mundo perfeito impressa em folha de calendário e presa a uma parede por um prego. Ele responde não sei. Pensamos em tanta coisa quando olhamos para uma fotografia. O rosto trémulo. A mulher diz, muito segura de si, "quem me dera ir nela". O homem responde, muito seguro de si, "nunca nos deixariam ir nela". A mulher pergunta a si mesma "teríamos dinheiro para andar nela?" Aquele rosto, trazido para a minha vida, pertencia a um motorista de riquixá, no Bangladesh. Ele é o cavalo branco na sua bicicleta. Ele é o rosto puro do mundo. Ele é aquele olhar brilhante tão cheio no seu rosto vazio. Ele e ela e a simplicidade de duas frases. A saltarem do ecrã para dentro de mim.


após visionamento de um episódio de "city folk", no canal 2:

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

assim, corrido, tal e qual

- O que seria preciso era habitar uma cidade sem árvores as árvores gritam quando há vento aqui há sempre à excepção de dois dias por ano no seu lugar está a ver eu iria embora daqui não ficaria aqui todos os pássaros ou quase todos são pássaros do mar que se encontram mortos depois das tempestades e quando a tempestade pára e as árvores deixam de gritar ouvimo-los gritar sobre a praia como degolados isso impede as crianças de dormir não eu ia-me embora

(...)

- É verdade que quando o vento pára nesta cidade é tão raro que nos sentimos como que abafados. Já reparei.»

em Moderato Cantabile, de Marguerite Duras

7-10
a poesia:
pouso, claridade desarrumada,
o sorriso guardado pelas nuvens
que protegem o chapinhar dos passos

as imagens:
nevoeiro
insectos
armários

a realidade:
o ardor nos pulmões
os passos acelerados do meu coração a chapinhar no sangue que me saiu pela boca hoje de manhã.
ardem-me os pulmões.

terça-feira, 5 de outubro de 2010


aprender a respirar
a ampliar os pulmões como um gesto

aprender a correr
sem estar presa



e em velocidade:

aprender a libertar a cabeça do que não interessa, olhar em frente, olhar o mundo, saltar a barreira que me separa da acção, largar as bandeiras, que o silêncio não perdure, que a ignorância não perdure, que a escola não minta, que os manuais escolares não mintam, que o respeito seja um valor universal, que ler é fundamental, que a consciência importa. aqui vai. partirei daqui.

«(...)Eli doesn't know if he can ever write a poem again
one third of the homeless men in this country are veterans
and we have the nerve to Support Our Troops
with pretty yellow ribbons
while giving nothing but dirty looks to their outstretched hands
tell me what land of the free
sets free its eighteen-year-old kids into greedy war zones
hones them like missiles
then returns their bones in the middle of the night
so no one can see
each death swept beneath the carpet and hidden like dirt
each life a promise we never kept
(...)»

Andrea Gibson, poet and activist
http://www.andreagibson.org/poems/poems_foreli.html
ficheiro audio no link (spoken word)