sexta-feira, 11 de outubro de 2013

do então



as mãos tremem novamente. a escrita está embrulhada. quero dizer, está guardada, quero dizer, está condicionada. estarei eu. há um documento em aberto. dois. três. registos. essa ideia de memória. e tudo se guarda. fotografias, palavras, papiros, paredes, ruínas. arqueologia. poesia arcaica. cidades-estado. a percepção da história cíclica. o círculo. e vamos lá parar outra vez? e é um espelho o que temos afinal/no final. e eu, Alice, do outro lado. nego este mundo assim como está. nego-o. as cartas prosseguem. a voz não se silencia. afinal pertence-nos a língua, a linguagem, as palavras. tudo se embrulha então. mas neste momento são 100 páginas que me puxam para um final - que se feche. que se feche esse ciclo também. que se abram outros. que as portas sejam janelas e as janelas portas e o medo seja mentira. o medo é uma mentira. e estreia hoje. sem rede. e então é isto. e então o corpo. e então o olhar. e então a plateia. e então escuto e então guardo. a escrita chegará talvez nos próximos dias. e ultrapassará as 100 páginas. e poderá trazer uma primavera por dentro de um inverno. e um corpo-pensante. circundo-as-palavras-que-se-calam.