quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

lugares do coração em 2010.
montemor-o-novo, londres, porto, lille, barcelona, cracóvia, praia grande, serra de sintra

José e Pilar


o retrato íntimo do amor.
a força pungente e contundente de uma mulher que tem ideias para a vida.
a coragem e a delicadeza de um homem que tem ideias para romances.
o mundo e a sua angústia.
o pulso.
as veias das mãos.

a eterna viagem.
o tesouro de ser sem temer.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010


Hans Baluschek (1876 - 1935) 
Proletarierinnen, 1900

como

a cabeça de um pássaro
contra a cabeça de um elefante

da terra


O cabelo desgrenhado e a caneca com o chá acabado de ferver entre as mãos. A cabeça encostada na ombreira. As árvores a bailarem lá fora. O gato empoleirado nos ombros espreita o pássaro que se atreve nos seus primeiros voos. O sol de inverno deixa adivinhar um dia frio e pousado. O coração que se esconde atrás deste corpo/parede bate agora no seu ritmo normal. Os pensamentos fugidíos têm agora tempo para fugir para onde quiserem. Penso na terra. Penso nos pés a andarem por essa terra. Penso numas galochas. Penso na lista para o novo ano que aqui vem. As ideias são sempre muitas e não posso mesmo deixar que todas elas me fujam.

 

sábado, 18 de dezembro de 2010

quase tudo se compõe. as flores na jarra. o bocejo lento. os papéis nas gavetas. o gato a trepar a árvore. as luzes. a manta verde sobre os joelhos. as dores nos pulsos e tornozelos. as frieiras. a serra. os tapetes. a água gelada. o azul. os versos. e o quase, quase do novo ano. mas antes disso,  quero terminar de tecer este, assim, como nada e quase tudo.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

hoje mais serena. que seja o que o coração quiser.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

do grito sem voz

GRITO oco por dentro. tudo se dissolve.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

feridas nos lábios e nas mãos. guarda-chuva-me.

sábado, 4 de dezembro de 2010

da inspiração e da força e da revolta e da acção


o pai toxicodependente. o filho institucionalizado. em primeiro, o abandono. em segundo, o perdão. não queria explicar mais do que isto. apenas acrescentar que há testemunhos que me abrem os olhos para além do azul e que me inspiram a lutar pela educação neste país. mesmo.

do grito na madrugada


Pai: É uma coisa boa. Não salgas a comida.
Filho: Tenho medo de pôr demais.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010






Francesca Woodman, door

do silêncio


hospital. corpo-de-mulher-como-um-quadro-da-paula-rego. voluntariado. aftas. saudades. colo. gato. veterinário. comboio. aflição. mal-estar. sorrisos. amor. tinteiro. buracos. livros por ler.

podia ter escrito tudo isto num texto. podia espalhar tudo isto num texto. mas não me vou esforçar desta vez.
hoje não sei escrever. e isto não faz disto um texto.