terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Uma luz que se acende no prédio em frente ao mesmo tempo que se acende o meu cigarro ao mesmo tempo que passa um avião por cima ao mesmo tempo que sou redundante ao mesmo tempo que alguém chora ao mesmo tempo que alguém escreve ao mesmo tempo que alguém diz «um coração forte» ao mesmo tempo que alguém corre e quebra o tempo que morre, devora, atropela o tempo ao mesmo. o tempo que foge, foge, foge e vai dar ao mesmo.

8-12-09

sábado, 5 de dezembro de 2009

Dissipou-se a azáfama da hora de ponta
as carruagens respiram
a estação boceja
os segundos do relógio ecoam pelos túneis fora

a música dos segundos
o ritmo dos passos
a dança dos olhares

e a ponta fora das horas
e eu na ponta
aponto aqui e agora
a hora:
22h23.

(estação do Rossio)